domingo, 22 de fevereiro de 2015

O que é o casamento?


O casamento existe para conduzir um homem e uma mulher juntos como marido e esposa, para serem pai e mãe dos filhos que sua união produza.

No seu nível mais básico, o casamento tem como função unir um homem e uma mulher como cônjuges para que se tornem pai e mãe dos filhos que sua união sexual venha a gerar. Quando uma criança nasce, sempre há uma mãe por perto: Esse é um fato inegável da biologia reprodutiva. A questão é se o pai estará envolvido na vida da criança e, se estiver, por quanto tempo. O casamento aumenta as chances do homem se comprometer tanto com os filhos que ele ajuda a criar quanto com a mulher a qual ele está ao lado.

O casamento une as pessoas e os bens que de outra forma tendem a se fragmentar: ele ajuda a conectar o sexo ao amor, o homem à mulher, o sexo aos bebês, e os bebês aos pais e às mães.[1]  Sinais e pressões sociais, culturais e legais podem sustentar ou invalidar o papel do casamento nesse sentido.

Maggie Gallagher retrata essa visão em uma frase incisiva: “Sexo concebe bebês, a sociedade precisa de bebês, e as crianças necessitam de pais e mães”[2]  Interligar sexo, bebês, pais e mães é a função social do casamento, e ajuda a explicar porque o governo corretamente reconhece e chama atenção para este aspecto de nossas vidas sociais. Gallagher desenvolve essa ideia:

A crucial tarefa “civil” do casamento consiste em regular os relacionamentos sexuais entre homens e mulheres de forma a reduzir a probabilidade de crianças (e também de suas mães, e da sociedade) enfrentarem o fardo que é a falta de um pai, e a aumentar a probabilidade de haver uma nova geração que crescerá com seus pais e mães em uma família, onde ambos os pais estão comprometidos um com o outro, e com seus filhos.[3]
O casamento é baseado na verdade antropológica de que homens e mulheres são complementares, no fato biológico de que a reprodução depende de um homem e de uma mulher, e na realidade social de que crianças precisam de um pai e de uma mãe.
O casamento é uma união única e ampla. Ele envolve não só uma união de corações e mentes, mas também - distintivamente - uma união corporal, possibilitada pela complementariedade sexual. Como o ato pelo qual marido e esposa fazem amor conjugal também cria uma nova vida, então o casamento em si mesmo é inerentemente estendido e enriquecido pela vida familiar e clama por um compromisso abrangente em sua totalidade, que seja contínuo e exclusivo. Resumidamente, o casamento une um homem e uma mulher holisticamente - emocionalmente e corporalmente, pelos atos de amor conjugal e pelos filhos que esse amor proporciona – para a vida inteira.[4]

Assim como a complementariedade do homem e da mulher é importante para o tipo de união que eles podem formar, ela também o é para saber como eles criam os filhos. Não existe algo como “parentalidade”. Existe a maternidade e a paternidade, e as crianças se desenvolvem melhor com ambos. Enquanto homens e mulheres são capazes, cada um, de prover aos filhos uma boa educação, existem, na média, diferenças na forma em que pais e mães interagem com seus filhos, e na função que cada um possui.

Os pais exercem um papel particularmente importante na formação dos seus filhos, de ambos os sexos. Como o sociólogo da Rutgers University David Popenoe explica: “As fortes evidências científicas sustentam a ideia de que a paternidade diferenciada por gêneros é importante para o desenvolvimento humano e que a contribuição dos pais na criação dos filhos é única e insubstituível.[5] Popenoe conclui:

Nós devemos rejeitar a ideia de que “mães podem ser bons pais” da mesma forma que devemos rejeitar a popular ideia... de que “pais podem ser boas mães” … Os dois sexos são diferentes, e ambos são necessários – culturalmente e biologicamente - para o bom desenvolvimento de um ser humano.[6]
O casamento como a união do homem e da mulher é um fato que transcende o tempo, religiões e culturas. O Estado o reconhece, mas não pode criá-lo.

O casamento é a pedra fundamental de toda civilização humana. O governo não o cria, pois ele é uma instituição natural que o antecede. A sociedade como um todo, não apenas um determinado grupo de cônjuges, se beneficia do casamento, pois a união conjugal ajuda a converter o amor procriativo em uma instituição estável que provê a ordem necessária para a criação e a educação dos filhos.

Esse entendimento do casamento como uma união do homem e da mulher é compartilhado pelas tradições judaicas, cristãs e islâmicas; pelos antigos pensadores gregos e romanos, que não tiveram contato com essas religiões; e por vários filósofos iluministas, além de se afirmar por ambas as leis comum e civil, e pelas antigas leis gregas e romanas. Longe de ter a intenção de excluir as relações homossexuais, o matrimônio como a união de marido e esposa surgiu em vários lugares, através dos séculos, no qual o casamento homossexual não aparecia em lugar algum do radar. Na verdade, a união homossexual se fez presente em certas culturas que não possuíam o conceito de orientação sexual e em outras que aceitavam totalmente o homoerotismo e até mesmo o considerava correto.[7]

Assim como em outras questões sobre políticas públicas, as vozes religiosas acerca do casamento devem ser bem-vindas no debate popular. No entanto, não é preciso apelar para argumentos distintamente religiosos para entender porque o casamento – como uma instituição natural – é a união do homem e da mulher.

O casamento foi enfraquecido por uma perspectiva revisionista em que os desejos dos adultos são postos acima das necessidades das crianças.

Nas últimas décadas, o casamento foi enfraquecido por uma perspectiva revisionista em que os desejos dos adultos são postos acima das necessidades das crianças. Essa perspectiva reduz o casamento principalmente a ligações emocionais e privilégios legais. Redefini-lo representa o auge desse revisionismo e estabeleceria a intensidade emocional como o único parâmetro que define o casamento, em detrimento de outros relacionamentos.

Além do mais, se o casamento se resumisse à intensidade emocional, as normas conjugais não fariam sentido, por uma questão de princípios. Não haveria razão de existir princípios que exijam que uma união emocional seja contínua. Ou limitada a duas pessoas. Ou sexual, muito menos sexualmente exclusivo (em oposição ao relacionamento “aberto”). Ou inerentemente voltado à vida familiar e moldado por suas demandas. Os casais podem viver à parte dessas normas quando o temperamento ou seus gostos os motivarem, mas não haveria razão de princípio para tal e não há uma base legal para incentivá-los a viverem dessa forma.

Em outras palavras, se a complementariedade sexual é opcional no casamento, presente apenas quando desejada, então quase todas as outras normas que separam o casamento de outras condutas também o são. Embora alguns apoiadores do casamento homossexual possam discordar, essas observações podem ser comprovadas pela lógica e, como documentado abaixo, são cada vez mais confirmadas pela retórica e pelos argumentos usados na campanha que visa modificar o casamento, e pelas políticas que muitos dos seus líderes progressivamente adotam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

ShareThis